terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Diga não ao fermento!


"E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus." (Mateus16:6)
Apesar do meu texto decorrer praticamente em referência a Mateus 23, que trata do assunto dos fariseus mais profundamente, achei interessante colocar o verso acima como título, por que, muitas pessoas não entendem o aviso de Jesus para seus discípulos, de tomarem cuidado com o fermento do fariseu. Muitos conhecem os fariseus e suas doutrinas mas não conhecem o fariseu dentro de si mesmo. Para isso, vamos decorrer um pouco sobre eles no capítulo 23 de Mateus, acompanhe na sua Bíblia, se possível for:
Mateus23:1-4: A primeira coisa que Jesus diz sobre os fariseus é que eles não "praticam o que pregam". Eles eram os religiosos da época de Jesus, se sentavam na "cadeira de Moisés" e de lá exigiam muitas coisas do povo em questões de doutrina religiosa quando eles mesmos nada faziam. Eram hipócritas, pois falavam uma coisa e faziam outra. Quantas vezes não vemos uma pessoa em cima do púlpito e a mesma pessoa sendo outra fora da igreja?
Mateus23:5-6: Os fariseus gostavam de ser reconhecidos como "os religiosos", e usavam roupas que demonstravam isso. Alongavam suas franjas das vestes e seus filactérios para serem reconhecidos. Estes ultimos eram caixinhas com versículos bíblicos dentro, que os fariseus usavam na testa ou no braço, e que se preocupavam de fazer o maior possível para demonstrar sua "religiosidade". Isso me faz questionar se Jesus, se vivesse em nosso dias, usaria terno e gravata e a maior Bíblia da igreja!
Mateus23:13: Os fariseus tinham o conhecimento do Reino de Deus. Os rolos do livros bíblicos eram guardados em suas sinagogas, e não eram documentos de fácil acesso para a população. E mesmo a leitura e a escrita não eram, na época, algo tão popular quanto é hoje. Eles tinham a chave para o reino de Deus, mas nem entravam pela porta, e nem deixavam ninguém entrar.
Mateus23:14: Nesse verso, Jesus diz que os fariseus devoravam as casas da viúva e faziam, para disfarçar, longas orações. Poderíamos discutir o significado do "devorar", mas o importante é o sentido de que eles faziam o que é errado e usavam a oração como pretexto. Em Mateus 6:5, Jesus censura o costume dos fariseus de orarem em pé para serem vistos pelo povo, e ainda em uma parábola, em Lucas 10:10-14,
Jesus fala de um fariseu que, por orar se exaltando, não voltou para casa perdoado por Deus. Podemos aprender muito com os fariseus de como não orar.
Mateus23:15: Essa surpreende! Diz que os fariseus atravessavam terra e mar para fazer um novo convertido (prosélito em algumas versões da Bíblia, que nada mais é que um novo convertido ao judaísmo), e quando isso acontecia, este se tornava duas vezes pior que eles! Eles não pregavam a palavra por amor a Deus, mas por sua religião. Quantas pessoas vemos pregando suas denominações, no lugar de pregar a Cristo? Há quem até se desestimule de evangelizar caso a pessoa não vá congregar em sua igreja.  Isso é colocar a sua religião a frente do seu Deus! E obviamente, depois de pregada uma religião, a pessoa se converte a uma religião, e não a Cristo.
Mateus23:16-22: Está é outra má qualidade do fariseu: dar valor ao que não importa, e estimar o sem valor. Em resumo Jesus diz que eles consideravam o juramento pelo ouro do templo, mas não pelo templo; pela oferta do altar e não pelo altar.E Jesus explica que o que tem real valor é o templo, que santifica seu ouro, e o altar que santifica sua oferta. O que tem mais valor: a vida de pessoa com Deus, seu testemunho, sua piedade ou seu estilo de se vestir? Mas a gente acaba se preocupando mais com a roupa do irmão!
Mateus23:23: O fariseu dava o dizimo de tudo. Mas esquecia da justiça, misericórdia e fidelidade! Sem essas três, a primeira fica sem valor. Não adianta apenas cumprirmos rituais dentro da igreja por que isso não leva ninguém ao céu. Do mesmo jeito que João Batista falou aos fariseus que Deus pode tornar pedras filhas de Abraão (Mateus3:9), aposto que falaria hoje para nós que Deus pode também fazer pedras irem todos os dias para a igreja, o que, cá entre nós, parece muito mais fácil.
Mateus23:29: A melhor parte: os fariseus julgavam os seus antepassados por terem matados os profetas e não entendem que, provavelmente se tivessem vivido no tempo de seus antepassados, também os teriam matado. Tanto que foram eles os responsáveis pela morte do filho de Deus. Assim como nós, que julgamos os fariseus e dizemos que eles são burros por não terem entendido os sinais de Jesus, sem nos perguntarmos se nós os teríamos entendido. Teríamos entendido alguém vestido humildemente subir ao púlpito e dizer que estamos fazendo muita coisa da forma errada? Acho que muitos correriam o risco de crucificar Jesus de novo!
Espero que consigamos, como cristãos, viver menos na religião e mais em Cristo, e lembremos das palavras de Jesus quando disse "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus." (Mateus5:20). Boa Tarde!
O Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés.
Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam.
Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.

Mateus 23:2-4

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O que andamos ouvindo na igreja?



Infelizmente muitas pessoas na igreja tem a mania de só ligar para as aparências e ignorar o conteúdo, quando tratamos da escolha de músicas que podem ou não ser reproduzidas durante o culto. A partir do momento que a música é do estilo "gospel" ela já está automaticamente aprovada para ser cantando e tocada pelos grupos e dificilmente uma atenção a mais é voltada para as letras e o real conteúdo transmitidos por elas. Não vou nem decorrer aqui de músicas com errinhos teológicos, que também não creio que sejam o maior problema. O maior problema são músicas compostas para a alimentação e exaltação do "eu".
Podemos começar com aqueles hinos que, em suas histórias, colocam o cristão em uma posição de derrotado, até que ele ignora todos os avisos de que a coisa não vai dar certo, se torna um "vencedor" e vê as pessoas que o prejudicaram ou não o ajudaram arrependidas. Aposto que já lembrou de um "hino" assim, não? Essas canções são filhas da teologia da prosperidade, alimentando nosso ego, prometendo-nos uma suposta vitória sobre um problema, sem levar em consideração que muitas vezes o cristão não só vai, como necessita, ouvir um não, necessita não ser "vitorioso" em tal situação, para que possa aprender com isso. Paulo mesmo quando ora três vezes pedindo que Deus tire um suposto "espinho na carne" que era algo, ou alguém que lhe causava tormentos, Deus lhe diz "minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Coríntios 12:9). A vitória real que tantas vezes é tratada na Bílbia e a nossa fé (1João5:4), a vitória que vence o mundo em nós, e não ser uma pessoa bem sucedida e reconhecida, essa é outra vitória: a do mundo (1João2:16).
Ainda há um outro tipo de hino, que é aquele que exalta o eu: eu canto, eu oro, eu jejuo, eu me desvio do mal, eu sou adorador, eu vou para a fornalha, etc. É como o fariseu de Lucas18:10-14, se vangloriando de si mesmo, esquecendo-se que, se somos algo, é apenas pela misericórdia de Deus. Há dois problemas desses tipos de "hinos": o primeiro é, que muitas pessoas acabam o cantando em seus grupos e ministérios sem fazer a mínima noção de que estão sendo hipócritas, dizendo que fazem coisas que não fazem. Será que todas a pessoas que cantam, ou mesmo que compõe tais hinos realmente falam isso com propriedade? Preferem realmente ir para "fornalha"? Enquanto tem tanta gente cantando alegremente que vai pra morte por causa do evangelho o próprio filho de Deus orou a Deus para que, se fosse possível, passasse dele aquele cálice, e suou sangue de tanta angústia, em vista da morte (Lucas22:41-44). É muita presunção, não é? O segundo problema é que tais hinos esquecem muitas vezes de dar a gloria devida a Deus. É apenas eu, eu, eu, eu, o hino inteiro. Por que no lugar de escrever, por exemplo, "eu fujo do pecado", o compositor não escreve "Deus me livra do pecado" ou "Deus me faz fugir do pecado"?
Que tenhamos mais consciência em relação as canções que utilizamos para louvar a Deus em nossas comunidades. Que tenhamos a letra do hino em maior consideração que seu estilo musical, pois, como o próprio Jesus perguntou aos fariseus, "o que é mais importante o ouro, ou o santuário, que santifica o ouro?" Boa noite!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Talarico de Jesus!?

"
A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa.
É necessário que ele cresça e que eu diminua.

João 3:29-30
A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa. É necessário que ele cresça e eu diminua." (João3:29:30)

Muitas vezes, na Bíblia, a Igreja é comparada a esposa de Jesus, e também, muitas vezes comparada ao amigo do noivo, Jesus, que se casará com a Igreja. Podemos dizer que, ministerialmente, podemos nos considerar o "amigo do noivo" por que estamos tentando aproximar a Igreja de Jesus. O próprio  termo "levita" nos dá a entender isso. Quando Lia dá o nome a seu filho Leví, ela diz: "Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim" (Gn29:34), logo, o levita é aquele que deve aproximar a esposa do noivo. E João, que curiosamente era filho de dois levitas, descendentes de Arão (Lc1:7), sabia disso. O verso acima ocorre bem no início do ministério de Jesus, e os discípulos de João, mais um judeu, questionam o porque daquele outro homem, Jesus, estar batizando. João, ciente da sua posição e de seu propósito, diz, de si proprio, que é só um amigo do noivo, e apenas lhe presta serviço. Não era função de João começar a Igreja, e sim de Jesus. João devia apenas preparar o caminho. A função do amigo do noivo não é conquistar a noiva para si, mas sim conquista-la para o noivo. O problema é que, como amigos do noivo, muitos ministros tentam conquistar a igreja, ao invés de leva-la à Cristo. Quando isso ocorre, o ministro está tentando roubar a Igreja de Jesus. O amigo do noivo está "talaricando" a noiva! Humanamente falando, é aquele "amigo(a)" que dá ideia em sua namorada(o)! Quantos casos já ouvimos de pastores que se desviaram e que levaram consigo uma grande multidão? Tudo isso por que esse pastor roubou a Igreja de Jesus, tirando a confiança da multidão do Deus altíssimo para colocar em si mesmo. Isso é uma dupla traição do ministro para com Cristo: primeiro, como noiva (igreja), por querer ser maior que Jesus; e segundo, como amigo do noivo (ministro), por tentar roubar a igreja de Jesus! Mas, interessante é que a alegria de João estava no noivo, e não na noiva! Estava naquele que é perfeito, e não na multidão! Por isso teve a autoridade de chamar os fariseus de "raça de víboras", por que não queria agrada-los, mas sim que eles se convertessem para serem uma "boa noiva" para Cristo. E da mesma forma, como amigo do noivo, muitas vezes temos a necessidade de desagradar as pessoas, com o intuito de leva-la a aproximar-se de Cristo. Engraçado que em nenhum momento, na Bíblia, o ministro é comparado a "amigo da noiva" , por que nossa condição como ministros é de fazer a vontade do noivo, Jesus! E concluída a função do amigo de aproximar a noiva do noivo, é a hora de sair de cena, diminuir, por que não é do amigo que se trata o casamento, mas sim dos noivos! Boa Tarde!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Como amar o invisível?

"Se alguém afirmar: 'Eu amo a Deus' mas odiar a seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu esse mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão." (1 João4:20-21 Bíblia NVI)
João escreve, no capitulo quatro de sua primeira carta universal, sobre a necessidade do amor fraternal dentro da igreja, encerrando o assunto com os versículos acima, afirmando que, se você não consegue amar o visível, nunca conseguirá amar o invisível. E essa relação de visível com invisível é interessante por conta da situação que a igreja vive hoje: muitos cristão querem viver uma vida cristã unicamente vertical, ou seja, apenas ele e Deus. Querem servir a Deus, mas não ao próximo. Querem agradar a Deus, mas não ao próximo. Querem ouvir a Deus, mas não ao próximo. Acham que estão por cima de tudo e de todos por serem cristãos. Como muitos postam no Facebook frases do tipo de "Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono", como se isso lhe concedesse algum direito a mais aqui na terra, se esquecendo do que Paulo escreve na epistola de Gálatas, que "quando o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo" (4:1). Não somos filhos de um Deus Pai que mima, mas sim de um que molda-nos! Temos que amar, sim, o próximo para podermos amar a Deus. É engraçado que, quando Jesus diz, em Mateus 25, "Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno", ele o diz para pessoas que não o ajudaram quando estava com necessidade, e, quando estes questionam a Jesus em que momento deixaram de ajuda-lo, Jesus diz "o que vocês deixaram de fazer a alguns desses mais pequenininhos, também a mim deixaram de faze-lo"(25:31-46)! Quer amar, servir, ouvir e agradar ao Deus invisível? Então ame, sirva, ouça e agrade também a seu próximo! Bom dia!
Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
1 João 4:20
Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
1 João 4:20