quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Ovelhas, dracmas e a responsabilidade para com quem se perdeu

"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo, e vai atrás da ovelha perdida, até encontra-la? [...] Ou, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e, perdendo uma delas, não ascende uma candeia, varre a casa e procura atentamente até encontra-la? [...] Estando ainda longe, o viu e, cheio de compaixão, correu para o seu filho, e o abraçou e beijou" (Lucas15:4,8 e 20)

Hoje vamos falar de três conhecidas parábolas, com as quais Jesus nos explica o grande amor que Deus tem para com os pecadores, quando os fariseus acusavam-no  por ter sentado para comer com eles. São as parábolas da ovelha perdida, a dracma perdida e do filho pródigo. O post de hoje terá o foco mais homilético que e hegesético, mas vamos lá!
Para iniciar, observamos um ponto em comum entre a ovelha, a dracma e o filho pródigo: ambos estavam em seu lugar de conforto, quando por algum caso, foram perdidos. Mas é interessante pensarmos como cada um deles se perdeu de uma forma diferente. A ovelha se desviou inconscientemente, já que, por ser um animal irracional, não tinha o intento de se perder do rebanho; a dracma, por descuido da mulher que a possuía; e o filho, deliberadamente saiu da casa de seu pai. Podemos comparar essa situação com três possibilidades diferentes das pessoas se afastarem de nossas igrejas: inconscientemente, por descuido da própria igreja ou por vontade própria.
Como assim? Como a ovelha, muitos saem da igreja gradativamente, até um momento que se veem longe. Outros, como a dracma, por causa de um descuido de alguma palavra ou atitude de um líder ou membro, acabam saindo da igreja por mágoa. Um terceiro grupo, como o filho pródigo, decide, em um certo ponto da caminhada, sair da igreja, deixando claro isso para os irmãos.
Mas o que devemos fazer? Percebemos que as nossas igrejas, muitas vezes, não refletem o amor de Cristo pelos desviados como o que vemos, nas parábolas, demonstrado por Deus, embora devêssemos, já que somos partes do corpo de Cristo. Quantas vezes não nos acontece termos de encontrar uma pessoas que congregava conosco na rua para só aí percebermos que ela não vai mais aos cultos? Precisamos, assim como o pastor da ovelha e a mulher da dracma, corrermos atrás, como Igreja, e nos dedicarmos a procurar dessas pessoas. Nem o pastor, nem a mulher esperaram o "culto da centésima ovelha" ou outro evento especial para irem atrás do que se tinha perdido, mas, pelo contrário, se desesperaram até encontrar. Há também a possibilidade de pessoa, como o filho pródigo, que decidiram sair da igreja, anunciando sua saída, e se encontram desigrejadas. Neste caso, devemos fazer como o pai, que, apesar de não ter ido atrás do filho, o viu de longe quando chegou, demonstrando que provavelmente, apesar de já ter se passado um bom tempo, nunca perdeu a esperança de rever o filho. Devemos orar por esses e não desistir.
Precisamos ser mais sensíveis a isso. Muitas vezes só percebemos que alguém deixou a igreja quando o número de membros já diminuiu drasticamente, ou quando encontramos a pessoa por aí. O número de membros que deixou a nossa igreja, na verdade, em si não tem importância, caso a pessoa esteja congregando em outro lugar, o importante é pensarmos no quanto de pessoas que deixaram a Igreja de Jesus, e com essas que devemos nos preocupar. Boa Noite!
""Qual de "Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?

Lucas 15:4
"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?

Lucas 15:4

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cristão, evangélico, protestante, graças a Deus!

Sempre quando alguém pergunta qual a minha religião eu sou acostumado a dizer "sou cristão, evangélico, protestante, graças a Deus". Como amanhã, dia 31 de outubro, é dia da Reforma Protestante, achei interessante falar sobre esses termos que nos classificam dentro do cristianismo, e a profundidade de cada um deles.
O primeiro deles tem sua origem descrita na própria Bíblia, no livro de Atos, onde está escrito "Em Antioquia foram os discípulos pela primeira vez chamados cristãos" (11:26). Foi nesse capítulo que os discípulos dispersos começaram a pregar aos que não eram judeus, transformando o cristianismo assim não só em uma continuação do judaismo, mas sim em uma religião nova. O nome "cristão"veio após um ano de ensino de Paulo e Barnabé em Antioquia, onde muitos se converteram a Cristo e o reino de Deus cresceu. Ser cristão é ser reconhecido como um seguidor de Cristo, é refletir a vida de Cristo em sua própria vida.
Em ordem cronológica, o segundo termo, "protestante", veio da Reforma Protestante, no século XVI, quando Martinho Lutero foi contra as coisas que estavam em desacordo com a Bíblia na Igreja Católica, de forma a sofrer perseguição e ter até a cabeça a premio. Foram chamados de protestantes os príncipes que ficaram a favor de Lutero, e concordaram que seus países seguiriam o Luteranismo, o que foi um marco da consolidação do que viria a ser chamada de protestantismo. Ser protestante é não ir com "todo mundo", é lutar contra a maré, é defender a Bíblia mesmo quando a própria Igreja age contra seus princípios. É se por em risco para que as pessoas possam ver a verdade.
O terceiro, "evangélico", é referente ao tempo pós reforma, em meados do século XVIII, quando as igrejas protestantes, de tanto serem intimados a defenderem a sua teologia, se esqueceram de manterem uma vida piedosa, como a dos reformadores. Então pessoas como Jonathan Edwards, George Whitefield e John Wesley, forças de um "Grande Despertar" da Inglaterra, lembraram os povos que a vida com Cristo não é apenas feita de conhecimentos, mas sim de entregar-se a Cristo. Além disso foram também os evangélicos responsáveis por serviços sociais aos pobres dos subúrbios ingleses e missões as Américas. Ser evangélico e não se contentar com frieza espiritual, é amar os pobres, é querer levar o evangelho a todos.
Para terminar posso citar mais um termo, o "pentecostal". O pentecostalismo nasceu no início do século XX, e o reavivamento da Rua Azusa em Chicago foi muito mais que o redescobrimento do dom de falar em línguas: foi um chamado para missões. As pessoas que vinham para esses cultos ficavam tão estarrecidas com o poder de Deus que o arder do fogo divino os faziam querer espalhar aquela mensagem a todo mundo, de forma que o pentecostalismo rapidamente se espalhou, tendo, em poucos anos, se firmado pela América do Sul e pelo sul da África. Pentecostal é fazer missões, é ter uma verdadeira paixão por Deus que torna impossível não falar de Seu amor.
Espero que entendamos a responsabilidade de sermos cristãos, evangélico, protestante, pentecostais, etc. E que muito mais que um título, que essa seja a nossa forma de viver, e não só um identificador social, uma moda ou crença. Que possamos fazer a diferença nesse mundo como essas pessoas o fizeram, renovando o cristianismo de tal forma a ser necessário um novo nome para representa-lo, pois, apesar de basicamente continuar igual, já não era mais o mesmo! Boa noite!
 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Falar e fácil, ouvir é difícil

"O tolo não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos" (Provérbio18:2)

Com a internet o que mais vemos são pessoas expressando suas opiniões, falando o que acham sobre os mais determinados assuntos. Em nossas linhas do tempo do Facebook temos uma cachoeira dos mais diversos tipo de informações, debates, argumentos, e muito mais agora que estamos em época de eleição.
Mas outra coisa também que encontramos com frequência, dentro e fora da rede, e até em nós mesmo, é a dificuldade de considerarmos as argumentos conflitantes com os nossos. E ai que chegamos ao verso exposto acima.
O livro de Provérbios utiliza em sobremodo antíteses entre o tolo e o sábio, e no texto que extraímos não é diferente. O texto refere o tolo como alguém que tem prazer em "expor seus pensamentos" mas não no "conhecimento" em si. São aquelas pessoas que entram em um debate para convencer a outra pessoa do que acha que é a verdade, mas não ouve nada do que a outra pessoa argumenta. Muitas vezes já fui tolo no sentido desse texto! E é interessante o que a Bíblia diz a esse respeito, levando em conta a inversão de valores da sociedade: aquele que argumenta sem dar valor a opinião alheia se acha mais sábio, porém, segundo a Bíblia, é o tolo. Temos que aprender a ouvir e compreender as pessoas, ainda mais nós, cristãos, por conhecermos a Verdade, muitas vezes achamos que a verdade dos outros é inútil e indigna de ser refletida. Será que não podemos aprender nada com os budistas, por exemplo? Em um dos meus posts de abril, "Amor: o maior dom", conto a história que passei no ponto de ônibus da fracassada tentativa de um homem cristão de evangelizar uma mulher budista, e como a situação terminou tensa, por conta do homem simplesmente ignora-la sobre sua verdade, unicamente tentando provar que seus argumentos estavam corretos.
Outra coisa que também podemos citar é a dificuldade de ouvirmos criticas positivas. Na verdade, acho que toda crítica que chega aos ouvidos humanos, já chega com um gosto negativo, independente de realmente a ser. Temos que aprender a ouvir nossos erros sem darmos uma justificativa logo em seguida, aprendermos a dizer, simplesmente, "eu errei" ou "eu me enganei". Até por que esse atributo se aplica também ao nosso relacionamento com Deus, e aprender a entender a repreensão do próximo talvez nos ajude entender a de Deus!
Temos que aprender a ouvir, e não só ouvir, mas compreendermos os outros. Considerar realmente o que o outro fala não somente como "algo que vou concordar para não perder a amizade", mas como algo que pode te ajudar para a sua edificação pessoal, espiritual, intelectual, etc. E você se não concordada com que eu escrevi, poste nos comentários, e eu por minha vez, tentarei não ser tolo nesse sentido, e sim sábio, pois, como diz o próprio livro de Provérbios "Não repreenda o zombador, caso contrário ele o odiará, repreenda o sábio, e ele o amará" (Provérbios 9:8). Boa noite!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O problema da "boa" profecia


"Amém! Que assim faça o Senhor! [...] Entretanto, ouça o que tenho a dizer a você e a todo povo: Os profetas que precederam a você e a mim, desde os tempos antigos, profetizaram guerra, desgraça, e pestes contra muitas nações e grandes reinos. Mas o profeta que profetiza prosperidade será reconhecido como verdadeiro enviado do Senhor quando aquilo que profetizou  se realizar." (Jeremias28:6,8-9)

 O texto acima extraído relata a frase de Jeremias para seu "rival", o pseudo profeta Hananias, que estava profetizando prosperidade para o povo de Israel, como resposta aos tempos de crise que o povo passava após o cativeiro babilônico. Essa resposta de Jeremias pode nos trazer uma grande reflexão sobre a profecia, e como ela é tratada nos tempo atuais.
Em praticamente todo o livro de Jeremias, vemos que o profeta é desacreditado pela sua pregação de que Israel deveria se submeter à Babilônia, por causa da fé cega dos israelitas de que era impossível alguém tocar na "terra prometida", e que, mesmo durante o momento crise,  Deus iria se levantar e salva-los. Para piorar tudo, agora Hananias profetizava que realmente todo o momento de crise ia passar, desconstruindo todo o trabalho que Jeremias tinha feito. Mas Jeremias, como verdadeiro homem de Deus que era, solbe responder a altura.
Primeiramente, Jeremias apoiou Hananias, pois, apesar de pregar a desgraça da nação, não era a vontade de Jeremias que isso acontecesse, e sim que os tempos difíceis tivessem fim. Porem Jeremias sabia que tinha recebido uma revelação de Deus que as coisas ruins aconteceriam e, a não ser que todo o povo tivesse realmente se arrependido, a profecia de Hananias parecia muito suspeita.
Jeremias então, alerta seu colega que, as profecias que ocorreram antes deles sempre foram de "guerras, desgraças, e pestes", demonstrando que não era tão comum a sim a profecia de prosperidade. E é verdade! Se lermos os profetas bíblicos vemos que a grande maioria deles profetizavam coisas ruins, por que esses tipos de profecias foram necessários para que o povo de Deus se arrependesse, e se aproximasse mais Dele. A profecia de prosperidade dá consolo, porem não é tão importante quanto a outra.
Infelizmente a igreja atual corre atrás de boas profecias, mas será que é isso mesmo que Deus quer que ouçamos? E sabendo disso, muitos Hananias modernos profetizam falsamente maravilhas para ganhar a graça da comunidade, sem se preocupar se é realmente isso que a ela precisa ouvir.
Outro alerta que Jeremias lança para Hananias é o de que só após o comprimento da profecia de prosperidade o profeta será reconhecido. Quantas profecias de prosperidade já vimos não se cumprindo? Infelizmente pregadores laçam profecias como se fossem balas, para a congregação, sem saber a seriedade da coisa. A falso profeta no Velho Testamento era tratada com severidade, até pela consequência que a falsa profecia podia trazer: ela levou a morte o jovem profeta (1 Reis 13), o rei Acabe (2 Cronicas 18), e agora levaria o povo a desacreditar da palavra de Deus dita por Jeremias.
E um dever da Igreja estar alerta a falsa profecia, principalmente quando essa vem em um bonito embrulho. Ensinar que não é só por que eu quero bem a um irmão, ou por que eu "senti", que vou profetizar algo bom para ele. Ensinar que as profecias de gravar CD, casamento tem um grande potencial de não serem verdadeiras. E o pior de tudo é que, assim como Israel não reconheceu Jeremias, muitas vezes preocupados com a falsa profecia, deixamos de reconhecer a verdadeira! No caso da história de Jeremias, a falsa profecia levou a morte do profeta e incentivou a rebeldia de Israel, mesmo, aos olhos dos homens, sendo uma boa profecia. Lembremos do que disse Jesus que "e numerosos falsos profetas surgirão e enganaram a muitos" (Mateus24:11).
Boa noite!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Planta entre espinhos

"Outras ainda, como a semente lançada entre espinhos, ouvem a palavra; mas quando chegam as preocupações dessa vida, o engano das riquezas e o anseio por outras coisas sufocam a palavra, tornando-a infrutífera." (Marcos4:18-19)

Vamos falar hoje sobre a parábola do semeador, descrita no quarto capítulo de Marcos, onde Jesus compara quatro tipos de terrenos onde a semente cai com quatro tipos de forma de se receber o evangelho. Apesar de todas as comparações serem dignas de um post, me focarei no terceiro tipo de semente, a que é lançada entre os espinhos.
As duas primeiras sementes lançadas representavam pessoas que não aceitaram ou que, apesar de aceitar, logo desviaram-se do caminho do evangelho. Mas a terceira não e, com exceção da ultima semente, ela é a única planta que permanece viva, porem infrutífera. Vemos que a terceira planta representam cristãos nos quais o evangelho ainda está vivo, mas se encontra sufocado por três coisas diferentes: as preocupações da vida, o anseio pela riqueza e o anseio por outras coisas.
Em uma grande metrópole como São Paulo as pessoas  correm de um lado para o outro, nas estações de metrô, nos carros, na ruas. Acredito que todos queriam ter um dia de 30 horas. Também, o capitalismo selvagem nos obriga a estudar, trabalhar, fazer horas extras, especialização, e além disso cuidarmos de nosso cônjuge, família, manter as amizades, e tudo mais. Numa rotina como essa, onde fica o momento para Deus? No culto? Se o nosso momento para Deus está só no culto, temos que rever muito nosso cristianismo. Nosso tempo livre não existe mais, e mesmo que tivéssemos dias de 30 horas, as ocuparíamos com mais afazeres. Essas são as "preocupações dessa vida" que sufocam o evangelho.
Voltando a falar sobre trabalho, é engraçado que quando começamos a trabalhar queremos juntar um dinheirinho para comprar um carro. Fazemos hora extra, bicos, tudo para conseguir juntar um dinheiro para comprar o carrinho. Mas não para por ai. Logo a pessoa terá que pagar a faculdade. Depois vai querer comprar um apartamento.Mais tarde, quem sabe, se casar. E por ai vai. E isso é um circulo vicioso. A pessoa pensa "Só vou me matar de trabalhar hoje para poder me casar depois e está tudo certo", mas logo vem a mobilia da casa, a educação dos filhos, e essa busca não termina nunca. Ainda que ganhássemos na Mega Sena, ainda teríamos objetivos financeiros a frente para angariarmos. O problema não são os objetivos mas a busca implacável pelo dinheiro para ter "aquele" carro, "aquela" festa, são coisas que tiram nosso foco da palavra de Deus. Isso é o "engano das riquezas" que sufoca o evangelho.
Muitas vezes também traçamos objetivos e gastamos nosso tempo inteiro buscando coisas que nem nós mesmo sabemos direito o que é. Traçamos carreira, estudos e relacionamentos como os objetivos máximos de nossa vida e queremos primeiro sermos casados com filhos, chefes de multinacionais trilingui e pós-doutorados para ai sim pensarmos no evangelho. Isso também é perigoso, são os "anseios por outras coisas" que também sufocam o evangelho.
Quem me olhar através desse texto vai pensar que sou contra tudo, mas não, muito pelo contrário, sou formado, trabalho e ainda estudo.  Porem, temos, eu também, que nos preocupar com a possibilidade de fazermos parte do grupo das plantas que se encontram sufocadas entre os espinhos, sem espaço para darmos os frutos do Reino. Não precisamos ser extremistas, mas lembremos do fim da parábola de Jesus, que diz que "Outras pessoas são como a semente lançada em boa terra: ouvem a palavra, aceitam-na e dão colheita de trinta, sessenta e até cem por um". Quais dos dois terrenos somos? Fica ai a reflexão!
Boa noite!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Cristianismo ou cultura gospel?


"Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar judeus. Para os que estão debaixo da Lei, tornei-me como se estivesse sujeito à Lei [...] a fim de ganhar os que estão debaixo da Lei. Para os que estão sei lei, tornei-me como sem lei [...], a fim de ganhar os que não tem Lei. Para os fracos, tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do Evangelho, para ser coparticipante dele." (1 Coríntios 9:20-23)

Estudando um pouco sobre a história da Igreja percebi como, muitas vezes, o evangelho é confundido com uma cultura. Infelizmente, muitos países foram fechados para o evangelho por conta de missões que quiseram transformar a cultura, e não só simplesmente pregar a Cristo. E as próprias pessoas também agem dessa forma contra quem deseja muda-las e o apóstolo Paulo sabia disso.
No texto acima conseguimos entender que Paulo, para levar as pessoas à crença no Evangelho, se misturava culturalmente com elas. Se fazia igual a elas, mesmo não sendo. Como professor do Estado, percebo que quanto mais os alunos percebem que eu passei pelas mesmas fases que eles estão passando, na minha adolescência, mais me respeitam. Com o evangelho é a mesma coisa. Temos que aprender a nos fazermos, mesmo sem sermos, para alcançarmos as pessoas, pois, dando um exemplo extremo, se você quiser evangelizar um surfista, na praia, você estando de terno e gravata e chamando o cara de "vaso", ele provavelmente vai te interpretar como um ET e não vai considerar uma palavra que você disser.
Outra coisa que acontece é a intimação ao novo convertido para mudar sua cultura para se tornar cristão. Frases como "mas para você vir para igreja você tem que deixar de ouvir rock" ou "olha, você vai ter que parar de usar os brincos para participar dos jovens" tem um peso gigantesco para quem as ouve. No lugar de aproveita o fato da pessoa curtir um rock e, de repente, presenteá-la com um CD do Oficina G3, por exemplo, a pessoa simplesmente demoniza a cultura da outra é quer sujeita-la a padrões, como ouvir músicas do estilo gospel, parar de usar maquiagem, quando, como já disse, no fim das contas, fazer essas coisas nada influenciam para a salvação. Muitos consideram a questão dos "usos e costumes" algo que não se pode discutir, um tabu de cada igreja, mas, se não tomarmos o devido cuidado, pode ser mais uma ferramenta para afastar o novo convertido da Igreja e, consequentemente, de Deus.
Um ultimo problema que isso acarreta é que, muitas vezes, temos pessoas convertidas a cultura gospel mas não a Jesus. A pessoa usa todas as roupas cristãs, ouve apenas hinos, (que, como já falei no blog, nem sempre são verdadeiramente cristãos), sabe todos os jargões cristãos mas em si mesma não é convertida a Cristo. Isso nada mais é que o fruto de um evangelismo cultural, assim como faziam os fariseus descritos em Mateus 23:15.
Concordo sim que, muitas coisas culturais não são compatíveis ao cristianismo, mas modificar a pessoa por fora sem modifica-las internamente não adianta nada. Cabe a nós perceber onde acaba o cristianismo e começa a cultura gospel. Pois, como o próprio Jesus disse, ainda em Mateus 23 que "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo." (v.25 e 26). Boa noite!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Como música para os ouvidos?


"O meu povo vem a você, como costuma fazer, e se assenta para ouvir suas palavras, mas não as põe em pratica. Com a boca eles expressão devoção, mas o coração deles está avido de ganhos injustos. De fato, para eles você não é nada mais que um cantor que entoa cânticos de amor com uma bela voz e que sabe tocar um instrumento, pois eles ouvem as suas palavras, mas não as põe em prática." (Ezequiel33:31-32)

Ezequiel viveu durante um tempo complicado. O povo de Israel, apesar de ter sido recentemente levado em cativeiro, não conseguiam compreender o sentido da pregação. Deus chega até a dizer, que se tivesse mandado Ezequiel para outros povos eles certamente entenderiam (3:6). Mas por que eles não compreendiam a mensagem de Deus? Sobre isso que vamos refletir hoje.
O pensamento que temos, em geral, é que a pessoa não entende a palavra de Deus quando não dá crédito ao pregador ou quando não gosta da mensagem. Mas esse não era o caso dos israelitas, pois eles gostavam da palavra de Ezequiel, como vemos acima, e, com certeza, davam-lhe crédito de profeta. Mas o problema é que eles recebiam a pregação como um entretenimento. Deus diz que a voz de Ezequiel era, para eles, como uma música, que eles ouviam, aproveitavam, gostavam e nada mais. Não provocava mudança alguma neles.
A Igreja cristã não pode interpretar o culto como um show. E não digo nem em relação a música, mas a pregação em si. Quantas vezes já ouvi dizerem, no fim do culto, algo como "viu como ele prega?", mas será que o conteúdo da pregação permaneceu em nossos corações? Ou estamos apenas impressionado com o conteúdo teológico ou o "fogo" do pregador? Será que como os israelitas no tempo de Ezequiel, estamos considerando a palavra de Deus um show? Como saberemos? Vemos  no próprio texto a resposta, pois se ela fez efeito, então temos que coloca-la em prática.
Que fiquemos atentos a isso. Hoje faço minha trigésima terceira postagem no blog, nada melhor que o trigésimo terceiro capítulo de Ezequiel! E para concluir, as palavras do homem que morreu por mim e por você no trigésimo terceiro ano de vida, mas que vive para todo sempre: "Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda" (Mateus 7:27-28). Boa noite!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O cristão e as leis

"Jesus respondeu: "Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio." (Mateus19:8)

Vejam que interessante o contexto dos versos a cima. Quando os fariseus perguntam para Jesus se poderiam se divorciar de suas mulheres sem motivo algum, ele respondeu que não. Achando que o tinham pego em uma contradição com as escrituras, os fariseus argumentam que Moisés permitiu que fosse dada carta de divorcio, então por que ele estava falando algo que não concordava com a Lei de Moisés? Então Jesus respondeu o texto a cima, que nos pode trazer a uma boa reflexão.
Vejo muitas pessoas julgando outras por se dizerem cristãos e serem a favor de algumas leis que vão, teoricamente, contra a Bíblia, mas é interessante que o próprio Moisés, fez uma lei que, como Jesus explica, é contra a vontade maior de Deus.  O que? Vou explicar: Deus nunca quis que ocorresse o divorcio, como explica Jesus, porem ele iria ocorrer, de qualquer forma, por causa da dureza do coração do povo. Então não seria melhor fazer uma lei para regulamenta-lo? A mesma coisa acontece, por exemplo, com a escravidão na lei do Velho Testamento e na carta de Paulo a Filemon. Creio que Deus nunca foi a favor da escravidão, porem, pela cultura do povo contemporâneo aos escritos, era melhor que a escravidão fosse regulamentada do que, banida na lei, continuar a acontecer de forma descontrolada. Tudo isso por conta da "dureza de coração" do povo. Inclusive, foi por influência do cristianismo que a escravidão deixou de acontecer, no Império Romano. Nós como cristãos não viemos para criar leis, mas para sermos influência. Lembremos que caso o mundo todo fosse movido por leis cristãs, ainda que todos obedecessem tudo, o que, na prática, seria impossível, não haveria salvação, por que a salvação não vem do cumprimento da lei, mas de conhecermos a Cristo!
Se formos pensar hoje em dia, em um assunto polêmico: é possível a pessoa ser a favor da lei do aborto e ser contra o aborto? Por que digo isso? Já tive a experiência de conhecer uma mulher cristã que abortou, e nem a lei dos homens, nem influência dos amigos e nem a lei de Deus conseguiram impedir que ela o fizesse, por causa da extrema situação em que se encontrava. Fazer o aborto de forma clandestina é altamente perigoso para a mulher,  podendo leva até o óbito da mãe, sem contar os traumas físicos e psicológicos que possam ocorrer durante o processo. Além disso, um aborto legal (referente à lei)  poderia, através de um plano psicológico, até fazer com que a mulher desistisse de abortar. Então creio eu, que, muito provavelmente, a lei a favor do aborto, se regulamentada de forma coesa, salvaria mais vidas do que as tiraria. E, aliás, muitos que são contra a lei do aborto não se colocam no lugar da mulher, que, com toda certeza não está fazendo isso por um mero capricho, e sim por estarem em uma situação limite.
Por fim, creio que uma pessoa cristã não deve enfiar as normas da Bíblia goela abaixo das outras pessoas, mas apenas ser cristão, luz do mundo, e sua influência fará o que nenhuma lei jamais faria. É isso! Boa noite!

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Jonas: um homem que não amava o próximo

"Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és um Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que promete castigar mas depois te arrependes." (Jonas 4:1-2)

A história de Jonas, no Velho Testamento, é muito conhecida: Jonas foi o homem que foi incumbido por Deus a levar uma mensagem, porem, desobedecendo, acabou engolido por um grande peixe, do qual Deus lhe salvou após ter se arrependido e se comprometido a cumprir sua incumbência. O que não aparece nesse resumo rápido que normalmente fazemos da história de Jonas é o motivo de sua desobediência.
A Bíblia relata alguns conflitos entre Assíria e Israel, terra de Jonas, posteriores aos relatos do profeta. Inclusive a mesma é responsável pelo exílio do povo hebreu, mais adiante na história (2 Reis 17). Podemos então começar a entender a história de Jonas.
Jonas recebe uma ordem de Deus para que pregasse o arrependimento à Nínive, capital da Assíria. Se aquela mensagem fosse bem recebida pelos assírios, Deus não destruiria a cidade. O problema é que, provavelmente, a destruição da capital inimiga seria um ganho para o povo de Israel. E Jonas, como "bom"  hebreu (1:9) que era, não queria que a cidade fosse destruída. Mas os sentimentos de Jonas são revelados apenas no final do livro quando, depois de toda a reviravolta envolvendo o grande (e polêmico) peixe, a cidade de Nínive se arrepende e Jonas, orando a Deus, fala os versos acima.Vemos então que, desde o momento em que estava em sua casa, Jonas já estava disposto a não cumprir sua missão, por medo de Deus perdoar a cidade assíria. Como se não fosse o bastante, Jonas se torna o único personagem bíblico do qual tenho conhecimento a reclamar da misericórdia e do amor de Deus, sendo que ele mesmo foi vitima dessa misericórdia!
A verdadeira história do livro de Jonas não é referente à desobediência, mas à falta de amor. Falta de amor para com seres humanos de outra etnia e religião. Seres humanos esse que, muitas vezes, são odiados por contextos alheios as suas vontades, e que também são vítimas. No fim, Deus tinha reservado aquele dia para ensinar uma lição importante para Jonas: através de uma planta, a qual Jonas se apegou, Deus lhe mostra quanto mais valor não tinha a cidade de Nínive, e que, apesar de um contexto geral de inimizade com Israel, tinha apenas cidadãos que nem sabiam distinguir direito o certo do errado (4:11).
O que podemos aprender com o Livro de Jonas? Muito mais do que a obedecer! Aprendemos a amar o próximo, a não generalizar as pessoas por sua raça, costume, religião, etc. e não dar mais valor as coisas materiais, (no caso, a planta) do que a vidas. Como bem disse Jesus " [...] amarás o próximo como a si mesmo. Deste dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." ( Mateus 22:39-40) Boa noite!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Sobre anjos e suas asas

Qual a primeira imagem que vem a nossa cabeça quando falamos a palavra "anjo"? Com certeza, uma pessoa, normalmente homem, com grande asas brancas, loiro, etc. Mas será que eles são mesmo dessa forma? A Bíblia, pelo menos, nos mostra algo diferente.
Primeiro entendamos a palavra "anjo". Podemos observar que, em grande parte das vezes que aparece na Bíblia, a palavra é acompanhada por "do Senhor". Se formos encontrar a raiz da palavra "anjo", vemos que ela significa, do latim "angelus" mensageiro, ou seja, o anjo é um mensageiro de Deus. Inclusive, grande parte das vezes que um anjo aparece na Bíblia é para entregar uma mensagem de Deus para alguém.
Mas há algo muito mais interessante que podemos deduzir sobre os anjos que encontramos na Bíblia: eles não tem asa! Em nenhuma parte da Bíblia os anjos são relacionados às asas e nenhum personagem bíblico viu asas de anjos. Você pode me dizer que Ezequiel em seu primeiro capítulo e Isaías em seu sexto capítulo viram seres celestiais alados. E realmente viram, mas os mesmos não eram anjos, e sim querubins e serafins, que, aí sim, são seres celestiais com asas; mas não são anjos, até por que em nenhum momento da Bíblia são usados para entregar mensagens à ninguem. E mesmo os querubins, que também são os seres que estão acima da arca da aliança, são seres cuja forma diferencia-se grandemente de como entendemos os anjos (só ler Ezequiel 1 para entender).
Além disso, podemos ver claramente em algumas passagens Bíblicas, como Gênesis19:1-5; Juizes13:16, 6:21-22; Hebreus13:2 etc., que os anjos não são identificados, de princípio pelas pessoas, e normalmente, como na ressurreição de Jesus nos Evangelhos, são tido apenas como "jovem vestido de roupas brancas" (Marcos16:5). Com certeza se eu visse um ser alado logo saberia que se trataria de um ser sobrenatural, e, em sua descrição escreveria sobre suas asas, duas coisas que não acontecem nas escrituras, quando falamos sobre os anjos. 
Para concluir, temos que a primeira associação bíblica dos anjos ao voo, que conheço, acontece em Apocalipse (ultimo livro dos 66 livros bíblicos), que diz "e vi outro anjo voar" (14:16) o que não significa, obviamente, que ele tenha asas, mas simplesmente o "poder" de voar.
Então da onde vem os anjos e suas asas? Não sabemos. Mas é provável que venha da associação errônea dos anjos com serafins, ou até mesmo com seres de mitologias, como Eros (o cupido), deus grego do amor, que tem a aparência de uma criança, normalmente nua, com asas, arco e flecha.   
O que podemos aprender com tudo isso? Que, quem sabe, como diz o próprio apóstolo Paulo em Hebreus (referência no parágrafo acima), não podemos ter nos deparado com um anjo sem sabermos? Não para criar em nós um sentimento místico, mas para que pensemos nos livramentos que Deus nos dá e até mesmo quantas vezes Deus pode não ter usado uma pessoa qualquer para falar conosco, sem sabermos que, na verdade, estamos recebendo uma mensagem de Deus? Boa noite!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Essencialidade x Beleza


"Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra." (1 Coríntios 12:22-23)

Paulo no texto da primeira carta aos Coríntios, compara a Igreja de Cristo a um corpo humano para mostrar aos coríntios que é necessário haver diversidades de cargos na igreja, pois "se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo".(1 Coríntios 12:19-20) Mas ainda havia um problema: todos queriam ter cargos de honra e ninguém queria lavar o chão, por exemplo. Mas, sabendo disso, Paulo escreve o trecho retirado acima, em que diz, em suma, que os membros do corpo mais fracos, menos honrosos e menos decorosos, no fim das contas, são necessários e honrados muito mais. Como assim? O que é mais bonito no corpo um olho ou um pulmão? Com certeza o olho! Mas no final das contas, se tivéssemos que escolher entre um ou outro, qual escolheríamos, qual seria vital para a sobrevivência do corpo? Com certeza o pulmão! Ele quer dizer com isso que, todos os trabalhos na igreja são necessário, até por que, ninguém quer ficar sem um olho, mas que aqueles trabalhos que normalmente os homens honram menos, são vitais para a Igreja. O trabalho de oração, evangelização, limpeza, ensinar as crianças, é vital e muitas vezes não é reconhecido. O louvor, tem grande estima dentro da igreja, e é inegavelmente de muita importância, mas não é vital. Lembremos do Velho Testamento, por que, os levitas, que hoje são popularmente conhecido como os músicos da igreja, na verdade não eram só músicos, mas eram responsáveis dos cuidados do tabernáculo de Deus! (números 1:50-54). Boa Noite!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O nome de Deus

"Moisés perguntou: 'Quando eu chegar diante dos Israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: 'Qual o nome dele?' Que lhes direi?' Disse Deus a Moisés: 'Eu Sou o Que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês'."

O texto a cima relata o encontro de Moisés com Deus, na sarça que queimava no deserto, mas não se consumia, e após um breve dialogo de Moisés com Deus, ele pergunta a Deus o nome pelo qual deveria anuncia-lo ao povo que vivia escravizado no Egito.
Primeira coisa interessante em relação a esse texto: antes de Moisés, não se sabia qual era o nome de Deus, e por isso, até aquele momento, ele era reconhecido apenas como Deus de Abraão, Isaque e Jacó (Genesis24:12, 24:12, 24:27, 26:24, 31:42, 31:53 e Êxodo3:6, 3:15-16, 4:5).
Segundo: por que um nome? Nos tempos do Velho Testamento, Deus era mais um substantivo comum do que próprio, como o é hoje. O que isso significa? Haviam deuses aos montes, cada um com o seu nome, como acontece com os deuses da mitologia grega, por exemplo. Provavelmente se você falasse, naquela época, que acreditava em Deus, iriam te perguntar qual deles. Por isso Deus precisava de um nome para ser diferenciado das demais "divindades".
Terceiro: Deus foi o único que se auto denominou: Deus se deu o nome, nome esse que revela a suas características. Todos os deuses da época eram batizados* pelas pessoas segundo as características que queriam que seu deus tivesse. Com Deus foi diferente. Como no hebraico, falando grosseiramente, os verbos não tem tempo definido, esse "Eu Sou o Que Sou" na verdade tem um sentido mais amplo, algo como: "Eu Sou o Que Era, o Que É e o Que Será", tipo Apocalipse1:8, evidenciando para o povo a transcendência divina.
Agora em relação a pronuncia de seu nome: seria Jeová ou Javé? Bem, isso demanda um pouco de história:
O povo de Israel, um pouco mais a frente na linha cronológica, recebe de Deus os dez mandamentos, dos quais o terceiro era "Não tomaras em vão o nome do SENHOR, o teu Deus" (Êxodo20:7). Dizem que por conta disso, os Israelitas temiam dizer o nome de Deus. Mais de um milênio após, com o helenismo, a língua hebraica foi entrando quase em desuso pelos israelitas, que passaram a falar o grego. E nesse espaço de tempo a pronuncia do nome foi perdida.
Mas esse nome não está escrito? Ai que vem algo engraçado. A língua hebraica, até pouco tempo (1500 anos atrás) não tinha vogais! Então se eu quisesse escrever um nome, por exemplo, "casa", em hebraico, iria escrever algo como "cs". Mas em meados do 6° século depois de Cristo, escribas, por entenderem esse "problema" do seu alfabeto, começaram a criar vogais para o hebraico. E ao chegar no nome de Deus eles tiveram um problema: quais vogais vamos colocar para o nome de Deus JHVH (ou YHWH, o tetragrama original está na foto de capa). Como não tinham a pronuncia correta, resolveram pegar as vogais da palavra Adonai (Senhor) e colocar no tetragrama JHVH, para lembrar que, sempre quando passarmos os olhos pelo nome de Deus, devemos falar "Senhor" no lugar de pronuncia-lo. Mas o interessante é que ao colocar JHVH com as consoantes de Adonai ficamos com o nome JaHoVaH, ou Jeová! Esta não é a verdadeira pronuncia do nome, mas simplesmente a mistura das consoantes do nome de Deus com as vogais de Adonai.
Os teólogos, analisando a transliteração da palavra hebraica "eu sou", algo parecido com "Eivé", e nomes próprios em hebraico derivados do nome de Deus chegaram ao consenso que a pronuncia seria Javé.
Mas talvez a palavra tenha se perdido e nunca mais saibamos realmente como é a pronúncia correta do nome próprio de Deus. Nas nossas Bíblias o nome, no lugar de ter uma tradução, é escrito pela palavra "Senhor" com as letras em versalete, ficando "Senhor". Espero que tenha gostado e entendido. Esse texto é apenas um pincelada de um assunto tão abrangente, mas o que precisamos saber é que, independente da pronuncia do nome pelo qual Deus era chamado no Velho Testamento, adoramos a este que hoje chamamos Deus, pois não há outro igual a ele! Cumpriu-se a palavra de Deus que diz: "Esses deuses, que não fizeram nem o céu nem  terra, desaparecerão da terra e de de baixo do céu." (Jeremias10:11). "Só o Senhor é Deus" (Deuteronômio4:39)! Boa Noite!
*batizado no sentido de dar um nome, não do batismo cristão.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A importância de não julgar

Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.[...]Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.[...]Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.(Romanos 14:4, 6 e10)

Em Romanos 14 Paulo repreende os cristãos de Roma por julgarem e menosprezarem outros cristãos pelo costume que tinham ou não. O grupo A de cristãos, que não comiam carne e achavam um dia especial em relação aos outros, julgavam os cristãos do grupo B que não tinham o mesmo costume. Em contrapartida, os cristãos do grupo B menosprezavam os do A por terem costumes que, para eles, eram inúteis. Há milhões de denominações cristãs diferentes, e as vezes caímos no erro de querermos dizer que a tal igreja é certa, desprezando os costumes de igrejas, digamos, mais "rígidas" e julgando as que não seguem os mesmos costumes que a nossa! Claro que toda doutrina deve passar pelo crivo bíblico, mas julgamos tudo que tem um mínimo de diferença do que estamos acostumados, com nosso infeliz mal de Procusto, personagem que representa a intolerância do homem para com o seu semelhante na mitologia grega, tornando o cristianismo, que deveriam ser reconhecidos pela união (João17:21), uma religião com várias (muito mais do que seria necessário) de denominações isoladas! Mas Paulo, em sua sabedoria, os questiona: "quem és tu, que julga o servo alheio?". Paulo quer dizer que não somos "senhores" de nossos irmãos para julgarmos, não temos direitos sobre eles, por que se eles fazem ou não tal coisa, para Deus fazem, ou deixam de fazer! Eles dançam, eles não comem coisas, eles não gritam, eles usam véu, eles usam cruz!? Polêmico? Sim! Mas saibamos que, no final das contas, a Igreja de Cristo, aquela que subirá ao céu, é uma igreja invisível (em relação à paredes) e sem placa, e que, com certeza, não constará de cristãos de uma só denominação! Boa noite!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Um homem que ganhou a liberdade

"De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram, e as correntes de todos se soltaram. O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas da prisão, desembainhou sua espada para se matar, porque pensava que os presos tivessem fugido. Mas Paulo gritou: 'Não faça isso! Estamos todos aqui!' [...] quando amanheceu, os magistrados mandaram os seus soldados ao carcereiro com esta ordem: 'Solte estes homens'."(Atos16:26-28,36)

No capitulo 12 de Atos dos Apóstolos, é contada a história conhecida de quando Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a meia-noite na prisão, quando um terremoto abalou os alicerces e abriu as portas da prisão. Mas é menos conhecido o propósito do terremoto, que não serviu para colocar Paulo e Silas em liberdade, já que eles não fugiram, mas foram postos em liberdade no dia seguinte, mas sim para que uma libertação muito maior acontecesse.
Primeiro vemos, no verso 27, que ao acordar e ver as portas abertas, a primeira coisa que fez o carcereiro foi tentar se matar. Ele, que antes estava dormindo, provavelmente pensou que seria penalizado com a morte por ter deixado os prisioneiros escaparem. Ao perceber a intenção do carcereiro, Paulo grita para que não o fizesse, que estavam todos ainda na prisão. Essa atitude de Paulo não fez só com que o carcereiro não se matasse, mas também que ele ouvisse o evangelho!
Foi pregado o evangelho ao carcereiro e a todos de sua casa, que foram batizados, e Paulo e Silas foram lavados e alimentados e voltaram para a prisão. Mas por que voltar? Pedro mesmo, no capitulo 7 de Atos, tinha recebido liberdade miraculosa da prisão uma vez. Todavia, talvez por temer pela segurança do carcereiro ou por aceitar a injusta prisão, não fugiram. E no dia seguinte mandaram um mandato de soltura de Paulo e Silas para o carcereiro, como consta no verso 36.
E então vemos o propósito do milagre. Não foi para liberdade da prisão de Paulo e Silas, como foi no caso de Pedro, mas sim para que o carcereiro fosse liberto do pecado! Para o carcereiro, ao ver as portas da prisão abertas, aquele seria o ultimo dia de sua vida, mas Deus tinha um plano diferente para ele. É realmente incrível o como uma alma é importante para Deus. Como disse o próprio Jesus:  "Que homem dentre voz, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a acha-la?" (Lucas15:4). Boa noite!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Conversão: um processo

"Disse também o Senhor (Jesus): Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces." (Lucas 22:31-34)

Logo após a santa ceia descrita no Evangelho de Lucas, depois de um dialogo entre Jesus e os discípulos sobre quem era o maior entre eles, Jesus fala para Simão Pedro a frase escrita nos versos acima. Talvez no momento Pedro estivesse se achando o maior dos discípulos, com o pique lá em cima provavelmente acreditando que estava pronto pra ir para a prisão e morrer com Jesus, porem Jesus lhe dá um "banho de agua fria". Primeiramente Jesus fala que Satanás pediu para cirandar com Pedro, mas que Jesus rogaria, não para o livrar, mas para que a fé de Pedro não desfalecesse! Jesus já demonstra aqui, para Pedro, que ele é muito dependente de Jesus e que se não fosse pelo seu rogo talvez não resistiria a essa "ciranda". Mas o que mais chama a atenção de tudo que Jesus disse para Pedro é o "quando te converteres". Pedro deve ter pensado "Como assim? Eu to pronto para morrer por Jesus como não estou convertido?" mas aquilo que Pedro sentia era apenas uma emoção momentânea, muito forte, mas só uma emoção. Mesmo depois de três anos andando todos os dias com Jesus, talvez Pedro ainda não soubesse a verdadeira natureza da conversão, assim como, provavelmente, Tiago e João (Lucas9:55) e os demais apóstolos! Ainda seria necessário Pedro negar Jesus 3 vezes, seria necessário o amor de Pedro por Jesus ser questionado (João21:15-17), seria necessário ainda ser repreendido por Paulo em Antioquia (Galatas2:11-12) e passar por diversas outras coisas para que Pedro pudesse chegar a ser o apóstolo que foi porta voz da Igreja de atos dos apóstolos e que morreu por Cristo em uma cruz de cabeça para baixo, segundo conta a tradição, por pedido próprio, por não ser merecedor de morrer como seu Mestre. Que aprendamos com Pedro, que a conversão não acontece de um dia pra outro, e que sempre erraremos, mas tenhamos a certeza do propósito daquele que nos chamou, que transformou, depois de muito trabalho, um pescador de peixes em um pescador de homens! Boa Tarde!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Um sonho sobre a parusia

Não acredito que nos devamos basear teologicamente em sonhos, até por que muitas vezes dormimos de barriga cheia e temos sonhos sem significado algum. Na verdade nem todo sonho é, necessariamente, um aviso de Deus, em Jeremias muitas vezes os falsos profetas foram repreendidos por contarem sonhos falsos (ver Jeremias capítulo 23). Creio, porem, que esse sonho foi sim algo de Deus, e mesmo que não o tenha sido, me deu uma boa reflexão a cerca da parusia, a vinda de Cristo.
No princípio do sonho estava apenas andando loucamente de bike, em uma tarde, com um amigo meu, como em um sonho qualquer, quando, de repente, aparecia uma luz subindo ao céu, parecendo com a luz da lua, mas só que mais forte, e esse amigo meu me perguntou: "não é esse o fato que estava previsto para ocorrer segundo a Bíblia?'". Depois o sonho muda de  local: estava saindo de casa a noite (provavelmente do mesmo dia) e na hora que saio vejo o céu muito estrelado. Ao conseguir contemplar o céu por inteiro percebo que na verdade não era o céu, e sim a terra que eu estava vendo, e os cristãos como se fossem as estrelas brilhando em uma terra escura (como na imagem). E pouco a pouco, começando do oriente para o ocidente as estrelas foram sendo tiradas, como por uma mão invisível, e a terra foi ficando escura. E eu, olhando para o alto, via até as estrelas começarem a ser tiradas da América, depois do Brasil e depois de São Paulo. E quando chegava perto de casa ouvia uma voz que dizia que não havia ninguém ali para ser retirado, e o sonho acabou.
Acordei e já fui ver o noticiário. Será que eu havia "ficado"? Essa foi a primeira preocupação e a primeira das reflexões que quero que tenham: As vezes, por entendermos mais sobre teologia, ou por termos muito tempo de evangelho, ou ainda termos uma visão amilenista em relação a escatologia (como é meu caso), deixamos de nos preocupar com a vinda de Cristo, esquecendo que, por mais que aconteça Dele não voltar em nosso tempo de vida, não viveremos por muito mais de 50 anos e, na verdade, podemos morrer a qualquer momento! O advento da vinda é real, seja ele pessoal ou coletivo. 
Ao perceber que fora somente um sonho mesmo, tive a segunda preocupação: tenho que avisar às pessoas sobre a vinda de Cristo! A mesma preocupação que temos com nós mesmo temos que ter também com os outros, que ainda não conhecem a Cristo e ainda não foi remido pelo seu Sangue, se é que verdadeiramente amamos o nosso próximo, como dizemos.
Temos que levar a sério essas coisas, temos sim que aproveitar nossas vidas, estudarmos, trabalharmos, mas não podemos deixar em segundo plano as coisas de Deus, pois como a própria Bíblia diz "pois vocês sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como um ladrão à noite"(1Tessalonicenses5:2) e que "se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que sua casa fosse arrombada"(Mateus24:43). Boa tarde!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Reflexão sobre o humanoartistacristão


Há algum tempo atrás vi uma esquete, em um evento especifico que visa levar o evangelho à  pessoas  não conhecedoras do mesmo. 
A esquete obviamente feita por pessoas que não são atores profissionais, mas que ainda assim estava muito bem estruturada no que diz respeito a técnicas teatrais como: triangulação, projeção de voz, consciência corporal, entre outras,porem percebi que a esquete tinha o que sempre temos no teatro "de igreja", pessoas com muito boa vontade mas que não fazem do seu trabalho um ato de reflexão.
Personagens caricatos: uma prostituta, um mendigo, um dependente químico, e claro um cristo vestido de branco. Não quo dizer que a cena não é potente, mas que não existia espaço para refletir sobre o que Cristo propõe: uma vida abundante. 
Assisti junto com  outras tantas pessoas as mazelas do ser humano caído, mas não conseguia ver no cristo vida, restauração, embora ele o cristo salvasse todos aqueles personagens e tivesse um olhar amoroso. Me peguei pensando no cristo europeu desenhado por tantos artistas da idade media e que ate hoje são referencias para os cristãos católicos e para muitos protestantes também. Pois bem algumas perguntas que me fiz: Qual reflexão essas pessoas vão levar dessa experiência? Qual a relação que esses atores amadores tem com a arte? Eles se questionam sobre o que estão representando? Se trabalham com clichês é por escolha ou por falta de conhecimento? 
São perguntas para pensarmos, talvez não tenhamos apenas uma resposta, mas gostaria de deixar minha impressão sobre esses questionamentos.
Proponho nos meus trabalhos uma reflexão em relação ao que ouvimos em uma mensagem. Se ouvimos que devemos amar o próximo como a nós mesmos como posso sair de uma reunião, um culto (seja lá qual nome daremos para o nosso encontro com cristo de domingo à noite) e vermos alguém passando frio e não fazer nada? Ou precisando de ajuda para subir em um ônibus, ou precisando conversar? Parece pouco não é? Mas ao lermos varias passagens bíblicas nos deparamos com um Cristo que sempre tinha algo a mais para oferecer as pessoas que o seguiam, é possível perceber sua bondade e a mensagem em AÇÃO, não apenas na palavra.
Isso me traz uma certeza: é impossível fazer arte e gerar vida sem conhecer o contexto do outro, a sua cultura, a sua experiência de vida. Cristo não apenas passava pela experiência, ele estava atento ao seu redor, cumpriu toda a lei Judaica para se fazer merecedor e passível de mudanças nessas leis. Isso é claro levou algum tempo. 
Mas como administramos o nosso  tempo para vivenciar o que de fato é importante para o Reino? Tudo isso esta relacionado com quais reflexões fazemos ao ver uma cena, seja na rua, na igreja, em um evento, mas também está relacionado em como eu me posiciono no mundo. É necessário e eu diria que se faz urgente repensarmos nossa posição enquanto cidadãos cristãos nesse século.
A arte não pode ser vista apenas como ferramenta de evangelismo, embora seja muito potente, pois esse é um dos papeis dela: gerar questionamentos e através desses gerar vida. Creio ser de extrema importância relacionar o seu trabalho (ainda que amador) com outros tipos de trabalhos, como por exemplo: exposições, instalações, fotografias, musica, poesias, espetáculos de dança ou teatro. Conhecer outras pessoas que trabalhem com essas linguagens artísticas, dentro e principalmente fora da igreja. Pode uma lamparina trazer luz na claridade? Nós só podemos ser pequenos Cristos, onde o amor dele ainda não alcançou, sei que parece chover no molhado isso que escrevo, mas a igreja dessas ultimas décadas se esqueceu para o que de fato foi chamada, é necessário voltarmos e olharmos com mais atenção para os ensinamentos de cristo. Pensar e repensar sobre a vida, o reino, o seu papel no reino. 
Orar, ler, ler mais, muito mais, escrever sobre o que se leu. Com tantos avanços tecnológicos, quase nos esquecemos do que tanto nos foi útil outrora: a escrita, o papel.
Fazer valer a escrita de tantos teóricos como: Rookmaaker; Schaefer; Sandro Baggio; Guido Conrado; Isabel Coimbra; Carolina L. Gualberto; Ceci Baptista Mariani; Maria Angela Vilhena e tantos outros.
Conhecer para entender, entender para questionar e questionar para crescer transformar, melhorar, especializar. 
Trabalhar com o clichê por opção e não por falta de opção. O clichê pode ser transformador também, se apropriar de formas já comumente utilizadas é uma boa maneira de se começar, mas não é interessante ver sempre a mesma coisa. Por isso  é de urgência primaria criar, recriar, pensar, estudar a fundo, buscar uma ova maneira de se fazer uma mesma cena, uma dança, um quadro, inovar.
Se você é cristão e esta lendo isso deve estar se perguntando onde eu encontro Deus em tudo isso? Pois bem, Deus está em tudo isso, porque isso é a vida. Estamos tão acostumados a separar em caixas o que podemos ou não dizer, fazer,o secular do espiritual, que as vezes nos esquecemos de perceber Cristo nos detalhes, nas pequenas coisas. 
Ler um teórico não cristão pode te ajudar a entender a visão de mundo que ele tem e te ajudar a respeitar e entender um nicho especifico, eu diria que você pode encontrar Cristo em muitas citações, mas isso é uma descoberta, é individual e opcional.
Um bom testemunho, ser luz nos detalhes, nas pequenas coisas. Ser humano, pois Deus te fez com um propósito muito claro: viver e gerar ainda mais vida e deseja que ela seja abundante.
- Ester Lopes de Souza

sábado, 14 de junho de 2014

Tomar uma posição é preciso

"E, ainda que (Jesus) tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele [...] Apesar de tudo, até muitos dos principais (dos judeus) creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus."(João 12:37 e 42-43)
Depois de tantos milagres efetuados por Jesus, o verso 37 do capitulo 12 de João nos dá uma mensagem desanimadora: muitos não creram nele. Mas mais desanimador ainda, se é que é possível, é o que se segue nos versos seguinte: que muitos lideres creram nele, mas não confessaram para não serem expulsos da sinagoga! A sinagoga era o local onde os tais fariseus e os escribas ensinavam a palavra de Deus, teoricamente esses fariseus seriam os primeiros a reconhecer o Cristo, o salvador tão esperado, se não fosse pela sede de manter o poder eclesiástico que tinham na época (sede essa que hoje ainda existe em muitas igrejas!), de forma que queriam até matar Lázaro de novo para que não houvesse prova de que Jesus o havia ressuscitado (João12:10)! A influência dos fariseus era tamanha, que é dito que o povo tinha medo deles (João 7:13 e 9:22), e os líderes do judeus, por não quererem perder seu status social ou até mesmo o cargo de líderes, criam em Cristo mas o não confessavam publicamente. O que eles não sabiam é que o povo os viam atentamente e esperavam uma posição deles em relação a todo o alvoroço, por que os próprios escribas já estavam sem autoridade diante do povo (Mateus7:29) que se perguntava "Porventura sabem verdadeiramente os príncipes (lideres) que de fato este é o Cristo?" (João 7:26). E nós, será que também as vezes não tomamos atitudes imparciais para mantermos nosso status social, quando pessoas a nossa volta nos veem esperando algo de cristão da nossa parte? Que possamos aprender com o mal exemplo dos lideres judeus da época de Jesus, que poderiam com sua influência serem instrumentos de proclamação do evangelho, mas ao invés disso, preferiram ficar inertes no conforto do "em cima do muro", e que possamos amar, ao contrário deles, mais a glória de Deus do que a glória dos homens, pois como Jesus diz em Lucas12:8 "quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante de meu Pai que está nos céus"! Boa noite!

A Igreja deve sair do mundo?


"[...] não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais desse mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idolatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair do mundo. Mas [...] qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idolatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas não deve nem comer." (1 Coríntios 5:9-11)

O trecho acima da carta de Paulo aos coríntios mostra uma questão muito interessante: o dever do cristão não associar-se com pessoas imorais. Porem, vamos ver quem, segundo Paulo, são os imorais com os quais não nos devemos associar.
Primeiramente, vemos o fato dele não estar se tratando dos "imorais desse mundo" mas sim dos que "dizendo-se irmãos" são imorais. O verdadeiro imoral é aquele que, se auto denomina cristão, mas que nega a Cristo em seu testemunho, praticando as coisas que Paulo lista no verso. Em segundo, o apóstolo explica que seria necessário "sair do mundo" para não ter contato com os "imorais desse mundo". E, na paranoia de querer ser diferente do mundo, muitas igrejas estão tentando realmente sair dele! O caso mais extremo que conheço é o grupo religioso norte americana dos Amish, que para "sair do mundo", os cristãos amish vivem em comunidades em fazendas sem contato com nenhum tipo de tecnologia (sem TV, carro, computador, celular, cartão, nada!) e sem nenhum contato com os "imorais desse mundo". Mas não para nos EUA, muitos ramos teológicos brasileiros seguem também por esse caminho! Mas um questionamento importante: será que é para isso que Jesus fez a igreja? Jesus mesmo diz no evangelho de Mateus "vocês são a luz do mundo [...] ninguém acende uma candeia e coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca no lugar apropriado, e assim ilumina todos os que estão na casa." (Mateus 5:14-15). Colocar a Igreja de Cristo em um lugar isolado do mundo é a mesma coisa de acender uma vela (candeia) debaixo de uma vasilha! O lugar certo da Igreja e no meio do mundo onde possa "iluminar todos que estão na casa". Podemos ainda ver na oração de Jesus no evangelho de João "Não rogo que os tire do mundo, mas que os proteja do Maligno" (João 17:15). Deus não quer que saiamos do mundo mas que sejamos "sal da terra" e "luz do mundo"! Ser sal e luz apenas dentro da igreja e como ser sal no saleiro e lâmpada ligada ao meio dia! O próprio Cristo comeu com os "publicanos e pecadores" na passagem de Mateus 9, enquanto Paulo nos alerta dos imorais que se dizem irmãos que "com tais pessoas não devemos nem comer". Que possamos aprender que nosso dever não é isolarmo-nos dentro de nossos templos, mas que possamos refletir a boa luz de Cristo ao mundo! Boa noite!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O essencial é invisível aos olhos*

"Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano? Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho, por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do meu pecado? Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom, e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus."(Miquéias 6:6,7)

O verso a cima retirado do livro de Miquéias, mostra-nos indagações do que agradaria  a Deus, chegando a uma conclusão muito mais simples do que as das questões apresentadas de início. Como povo saturado de religiosidade da época de Miquéias, nos muitas vezes achamos que o cumprimento de deveres eclesiásticos pode substituir o relacionamento que Deus quer da gente. Pensando nisso, vamos aproveitar a véspera de dia dos namorados para fazer uma comparação.
Sempre quando eu leio versos bíblicos como esse, ou como "a obediência é melhor que o sacrifício" (1Samuel 15:22) ou ainda "Pois desejo misericórdia, não sacrifício" (Oséias 6:6)  penso naquele(a) namorado(a) que "dá mancadas" no relacionamento e compra presentes caríssimos para o parceiro ou faz surpresas românticas mirabolantes para compensar o erro. Em um relacionamento saudável, coisas como companheirismo, fidelidade, sinceridade são indispensáveis e inegociáveis, não podendo ser substituídas por qualquer outra coisa. A mesma coisa ocorre no relacionamento com Deus. Os versos bíblicos expostos acima dão prioridade a justiça, a fidelidade, a humildade, a misericórdia e a obediência em relação aos sacrifícios que pudessem ser feito. O verso de Miquéias fala de milhares e milhares de animais e da entrega do filho mais velho, mas o autor acaba concluindo que nenhum desses sacrifícios exagerados agradam a Deus, mas sim o cumprimento das coisas essenciais. E depois destas cumpridas, Deus aceitaria um sacrifício simples da pessoa.
E o que podemos aprender com isso? Que não adianta irmos em todos os cultos na semana, darmos os dizimo de tudo e evangelizar o mundo se nos falta o básico no relacionamento com Deus. Não adianta vivermos de deveres religiosos, por que eles não salvam. Devemos ir ao culto por que queremos ouvir Deus, dar o dízimos por sermos gratos a Deus, evangelizarmos por amor as pessoas. Qualquer inversão disso é vã, e nos tornaria igual ao amigo, namorado, marido, pai que nuca está presente, mas sempre dá um presente! Boa noite!

* frase de Sait-Exupéry, do livro o Pequeno Príncipe.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um homem a frente do seu tempo


"E, tendo ele (Jesus) dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo. [...] E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera;" (Marcos 1:42-45)
Ai está um exemplo interessante de um homem que estava a frente do seu tempo! No caso do qual os versículos acima foram extraídos, Jesus cura um homem que tinha lepra, após uma súplica do mesmo, e diz pra ele cumprir a lei como descrita no capitulo 14 do livro de Levítico, que trata sobre o que um leproso deveria fazer depois de curado. Porem ele, sem conter a gratidão a Deus pela cura, no lugar de cumprir a lei como era devido, fez algo semelhante ao que está escrito um pouco mais a frente no livro de Marcos "E (Jesus) disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Era um homem que vivia no período ainda da lei, porem seu coração já estava na graça de Deus! Que posamos não regredir à lei, mas que sejamos gratos como esse homem, que apesar de não ouvir a grande comissão de Jesus, foi um cumpridor desse mandamento! Boa noite!

A resposta para todas as perguntas

"Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? E qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?" (Provérbios 30:4)
  O livro bíblico de Provérbios mostra, em seu 30° proverbio, a frustração de um tal de Agur, sobre sua incapacidade de entender toda a criação, dizendo de si mesmo que é um tolo e que não tem conhecimento, antes de fazer as perguntas do verso 4, onde duas me chama atenção: "Quem subiu ao céu e desceu?" e "qual é o nome do seu filho?". Mas por que essas? Todas as demais perguntas podiam ser respondidas  com base no velho testamento,
sendo Deus a resposta, mas a inspiração divina o faz perguntar mais essas outras duas perguntas teoricamente sem sentido para seu tempo (que inclusive começam e terminam o versículo) que não poderiam ser respondidas antes da vinda de Jesus! No novo testamento encontramos as respostas: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu." João 3:13 e ainda "Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome". João 20:31 e ainda em João sabemos que "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." João 1:3. Ou seja, a respostas para todas essas perguntas estava em Jesus!
Infelizmente Agur não pode responder, em seu tempo de vida, a pelo menos essas duas perguntas, e seu desejo de conhecer mais de Deus pode ser reconhecido nas palavras do próprio Jesus quando disse "Pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram." (Lucas 10:24). A unidade da Bíblia é linda! Boa noite!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Onde estão os dinossauros na Bíblia?

Assim que me converti ao Evangelho, no meu primeiro discipulado, meu grande amigo perguntou ao pastor uma dúvida que eu teria durante um longo tempo da minha caminhada cristã: "onde estão os dinossauros na Bíblia?". Não me lembro da resposta obtida na época, mas me lembro que não foi convincente. Há dois extremos de pensamentos que podemos chegar sobre o assunto. No primeiro, mais racional, a pessoa diz que a Bíblia é imprecisa, não tem paralelos históricos ou que Gênesis 1 é apenas um mito. No segundo, mais "espiritual", a pessoa diz que os ossos de dinossauros foram inventos pelos cientistas, numa espécie de conspiração, para que a Bíblia ficasse em descrédito. Não creio em nenhum dos dois pontos, mas tenho uma opinião que, embora possa não ser a mais precisa, pode ser uma resolução lógica para o problema dos dinossauros.
Assim como um pai conta para uma criança como ela veio ao mundo, falando sobre sementinha que plantou na mãe, creio que assim Deus conta sobre a criação do universo em Gênesis para uma sociedade que não podia compreender (e creio que, de fato, ainda não pode) todos os mistérios da criação. É descrito, no primeiro capítulo de Gênesis, que tudo que conhecemos até hoje foi feito em 6 dias. Mas quem estava lá, para contar os dias? Só Deus. E mesmo o Sol, que nos faz entender a duração do dia só passou a existir no quarto dia. Onde quero chegar com isso? Pedro diz, em sua segunda carta, que "para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia." (2Pedro3:8). Com base nisso, podemos dizer que talvez esses dias da criação possam ser referentes a mil, milhões ou até bilhões de anos como os contamos, o que seria condizente com a idade dada pelos cientistas para o universo. Mas o mais interessante é que os animais foram feitos no quinto e no sexto dia, sendo o homem a ultima criação de Deus do sexto dia. Como o homem foi a ultima criação, e se pensarmos nesses "dias" como bilhões de anos, os dinossauros podem muito bem ter vivido antes da criação do homem! Ao contrário do que alguns filmes fazem pensar, cientificamente o homem nunca coabitou a terra com dinossauros (até por que, provavelmente não teríamos sobrevivido!), e pensar que os dinossauros existiram entre o quinto e o sexto dia encaixa, de certa forma, o relato bíblico com a existência dos dinossauros no período pré-histórico.
É claro que isso não é uma resposta conclusiva, mas achei interessante compartilhar, por que é uma, a meu ver, boa possibilidade de encontrarmos a resposta para os mistério dos dinossauros na Bíblia. Tem vários outros pontos que poderíamos discutir sobre isso, como por exemplo: mas então, como eles entraram em extinção, se não havia morte? Como dinossauros são carnívoros se antes do dilúvio os animais comiam grama? E o que são o Beemoth e o Leviatã descrito nos últimos capítulos de Jó? Seriam dinossauros? Agora é com vocês! Boas reflexões! Boa noite!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Esforços da vida cristã

"Vocês não sabem que dentre todos que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre."
(1Coríntios9:24-25)
Os jogos olímpicos tiveram início na Grécia antiga, muito antes de Cristo, e eram muito populares entre o povo grego. Sendo Coríntio uma cidade grega, o apóstolo Paulo utiliza-se do esforço dos esportistas para conseguir, na época, a coroa de louros, como comparativo em relação aos esforços que temos que ter, para com o Evangelho, para conseguirmos a coroa da vida.
É interessante pensarmos nisso. Um corredor, ou um esportista qualquer, se dedica durante anos de sua vida, investindo dinheiro, tempo e esforços, dias a fio, para um único momento, que para um corredor não dura mais que 5 minutos. A maior luta de um esportista não é contra seus adversários, mas sim contra si mesmo, sabendo que se der o melhor de si terá chances de conseguir a vitória. 
O mesmo pode se falar em relação, no meu caso, as artes:  muitas vezes passo dias estudando um trecho difícil de uma música, vendo a digitação, tocando mais lento, juntando as partes, até conseguir executa-lo com precisão e segurança, para poder toca-lo no dia da apresentação. É muita a dedicação e o esforço necessário. Um exemplo disso é uma reportagem que vi uma vez com um guitarrista famoso, onde perguntaram-lhe qual o segredo de seu talento, ele disse: "Oito horas de estudos por dia, sem final de semana!"
Muitas coisas da vida são assim, inclusive o Evangelho: Paulo compara todo esse esforço com o esforço que temos que ter em nossa vida cristã. Temos que diariamente nos preparar para o dia do nosso encontro com Jesus, sabendo que, diferente de uma competição esportiva ou apresentação artística, esse dia não tem data marcada. E assim como deixar de tocar, dançar, treinar enferruja a pessoa, assim também é com a nossa vida espiritual. Então, como diz o apóstolo, que prossigamos "para o alvo a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial em Cristo Jesus" (Filipenses3:14). Boa Tarde!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

O homem que não escolheu a religião


 "Então lhes disse: Israelitas, considerem cuidadosamente o que pretendem fazer a estes homens. [...] Portanto, nesse caso eu aconselho: deixem esses homens em paz e soltem-nos. Se o propósito ou atividade deles for de origem humana, fracassará; se proceder de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los, pois se acharão lutando contra Deus."(Atos5:35, 38-39)
Lendo Atos dos Apóstolos me deparei com uma figura interessante. Já me expressei aqui sobre meu gosto por personagens menos óbvios das escrituras sagradas, e esse é um deles: Gamaliel. A Bíblia informa que ele era fariseu, mestre da lei e respeitado por todo o povo (Atos5:34). Fontes externas dizem que ele foi  mestre de Saulo (Paulo) (também em Atos22:3), o que, por si só, já o tornaria um personagem interessante. Mas falaremos mais acerca do seu discurso no Sinédrio, assembleia dos lideres religiosos judeus (Atos5:21), sobre os apóstolos, do qual foi extraído o texto acima.
Logo no começo da Igreja cristã, os apóstolos foram perseguidos pelos judeus por pregarem o evangelho. O sumo sacerdote, cargo máximo da religião judaica no tempo dos apóstolos, tinha expressamente proibido os apóstolos de de pregarem o evangelho (Atos4:17). Ao ver que os mesmo continuavam falando sobre Jesus, trouxeram eles perante o Sinédrio, onde Pedro e os outros apóstolos falaram de Jesus para eles. Ouvindo a pregação dos apóstolos, os judeus ficaram furiosos, querendo mata-los (Atos5:33), pois, como falará Estevão um pouco mais a frente, eles resistiam ao Espírito Santo (Atos7:51). A pregação do cristianismo era uma ameaça para o judaismo, e se essa fosse proliferada, os judeus perderiam seu poder religioso e social. Eles estavam dispostos a defender a sua religião a qualquer custo, chegando ao cumulo de matar os "hereges" para proteger sua autoridade. Nesse momento Gamaliel se levanta pedindo para que os apóstolos se retirassem por um momento e começa seu discurso, o qual consta o fragmento acima escrito. Em todo sua fala o que mais me chama a atenção é que ele considera que, talvez, o propósito daqueles homens poderia ser de Deus, e se fosse, tentar impedi-los seria lutar contra Deus. (Atos5:39) Se por outro lado não fosse, eles fracassariam (38). Vejo nesse ponto uma grande confiança em Deus demonstrada pelo fariseu e não só isso: ele levou em consideração a possibilidade de sua religião estar errada, por que sua confiança não estava na sua religião, mas em seu Deus! É claro que posteriormente, em Atos dos Apóstolos, vemos que esse conselho é deixado de lado, já que a perseguição intensifica-se e muitos cristãos são mortos por pregarem a Jesus, mas percebam como é interessante esse ponto de vista de Gamaliel!
Mas que lição isso nos trás? Vejo muitos cristãos hoje em dia que quase matam para defender sua religião! Ou pior ainda: para defender o jeito de pe
nsar de sua denominação! Precisamos viver e pregar o evangelho, defender o evangelho fica nas mãos de Deus, até porque o cristianismo sobreviveu dois mil anos sem nossa ajuda, por que quem cuida dele é Deus. Não estou dizendo aqui para ficarmos omissos, mas muitas vezes discussões teológicas geram mais calor do que luz, ou seja, muito mais atrito que realmente um reconhecimento de Cristo da outra parte. E que nos atentemos para não nos encontrarmos, em certo ponto da caminhada, "lutando contra Deus". Por que se, de repente, sua denominação não tiver 100% de acordo com a vontade de Deus, e você tiver que decidir, do lado de quem você vai ficar? Da religião ou de Deus? Boa noite!