"Judá, seus irmãos o louvarão, sua mão está sobre o pescoço dos seus inimigos; os filhos de seu pai se curvarão diante de você. [...] O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão. (Gênesis 49:8 e 10)
O capitulo 49 de Gênesis trata da bênção que Jacó dá aos seus dose filhos, e os versos retirados acima tratam da bênção concedida ao seu filho Judá. A bênção trata, primeiro da primazia de Judá em relação aos seus irmãos, e segundo, em relação ao reinado, que não se afastaria da sua descendência. Temos nessa bênção a primeira clara profecia bíblica messiânica quando é dito "até que venha aquele a quem ele (o cetro) pertence", referindo-se assim a Jesus, que pertenceria a tribo de Judá. A própria palavra "judeu" tem sua origem no nome de Judá. Mas o que vamos tratar aqui é o porque que Judá recebeu a maior bênção de seu pai, quando na verdade ela deveria pertencer ao primogênito de Jacó, Rúben, ou ainda a seus dois outros irmãos mais velho, Simeão e Leví. Veremos isso nas bênçãos que antecedem a de Judá.
Quando Jacó vai abençoar Rúben, no verso 3 e 4 do mesmo capitulo, e dito que "já não será superior, por que você subiu a cama de seu pai, ao meu leito, e o desonrou". Anteriormente, no capitulo 35 e verso 22 de Gênesis, é escrito, quase que isoladamente do andar da narrativa que "Rúben deitou-se com Bila, concubina de seu pai. E Israel (seu pai, também chamado de Jacó), ficou sabendo disso". Não nos é dito consequência alguma desse ato, sendo tratado como um fato corriqueiro, até o momento de Jacó abençoar seus filhos, e Rúben não ganhar a bênção digna do primogênito, por conta desse ato.
O mesmo ocorre com Levi e Simeão. Outro fato que, teoricamente não teve consequência imediata é a vingança, no capitulo 34 de Gênesis, iniciada por Leví e Simeão contra os siquemitas, um povo vizinho, por causa de seu príncipe ter desonrado a irmã deles, mesmo depois de tudo já ter sido resolvido por Jacó. Em sua bênção, nos versos 5 a 7, Jacó diz a Simeão e Leví que "Maldita seja sua ira, tão tremenda, e a sua fúria, tão cruel!".
Com Rúben, Simeão e Leví fora do caminho, sobrou Judá para receber a bênção de primogênito, mas o mesmo também já havia cometido seus erros: no capítulo 38 de Gênesis, Judá comete injustiça com a sua nora Tamar, por acreditar supersticiosamente que e a morte de seus filhos tinha algo a ver com ela, quando na verdade seus próprios filhos eram maus (verso 7 e 10), e ter, sem saber, dormido com essa própria nora (verso 16).
Então qual foi a diferença entre ele e seus irmãos? Porque a bênção não passou para seu irmão Zebulom, o proximo da lista? Não é dito na Bíblia o motivo, mas um fato interessante é que Judá se arrependeu! Enquanto não é relatado desculpa alguma de Rúben, Simeão e Leví tentaram justificar a si mesmo (Gênesis34:31). Mas Judá, pelo mérito da sabedoria de sua nora injustiçada, percebeu seu erro e disse "Ela é mais justa do que eu, pois eu devia tê-la entregue meu filho Selá" (Gênesis38:26).
Que venhamos a aprender com isso. Mesmo o pecado de Judá teve consequências, mas o arrependimento pode ter permitido que ele recebesse a maior bênção de seu pai, e consequentemente a de Deus. Lembremo-nos de sempre nos arrepender, e não ficarmos omissos ou tentarmos nos justificar, como seus irmãos. Por que errarmos, com certeza vamos, agora o se arrepender depende de nós! Boa Tarde!